Entrevista com o Presidente da Motorola: customização é a palavra de ordem

Depois de discutir a estratégia da Motorola de integrar funções premium aos dispositivos intermediários e de entrada, Osterloh condenou o hábito das outras fabricantes de operar melhorias mínimas aos seus dispositivos e aumentar seus preços de maneira exagerada:

A maneira como algumas fabricantes tratam novos produtos, especialmente os de gama alta, é errada. Vemos que elas aumentam os preços por causa de pequenas inovações, e considero essa abordagem errada. Acho que o melhor caminho é trazer inovações premium para as outras categorias, e ter produtos funcionais tão funcionais quanto um high-end em todas as faixas de preço.

Menos produtos, mais resultados

Segundo Osterloh, o sucesso da Motorola está baseado numa linha pequena de produtos. Essa abordagem faz com que a companhia  possa entregar o melhor dispositivo possível, dando especial atenção à experiência do usuário. A crescente satisfação dos clientes é um ponto de orgulho do executivo. Isso não quer dizer, contudo, que novos dispositivos não estejam em planejamento:

Devemos acrescentar um produto aqui e ali e experimentar coisas novas. Três anos atrás, o Moto 360 não era algo que faríamos. Estamos sempre pesquisando novas ideias, sempre aliando as necessidades dos consumidores com uma inovação técnica real.

A chave para o sucesso do Moto 360

Falando sobre o Moto 360, Osterloh nota que a boa recepção do produto confirmou que o foco no design e estilo foi uma boa escolha. “As pessoas não irão usar algo em seus pulsos com as quais não se sintam bem. Relógios são artigos de moda, e as pessoas usam diferentes tipos de acessórios. Começamos por isso a disponibilizar o Moto Maker para o Moto 360, e considero esta uma área-chave que deve ser ampliada”.

Osterloh acredita que três fatores são necessários para que os smartwatches sejam amplamente usados: “Primeiro, as pessoas devem conhecer a nova categoria (poucos sabem da sua existência ainda). Isso combinado com uma bateria maior e mais escolhas no estilo.”

A importância da customização

Como o Moto 360 segunda geração deve chegar com funções avançadas de personalização, a conversa se voltou para a filosofia da Motorola de incluir o consumidor na escolha do design com o programa Moto Maker (infelizmente ainda não disponível no Brasil). Nesse ponto, Adrienne Hayes, Vice-Presidente da divisão Global Marketing and Communication da Motorola:

Existem marcas que não gostam da participação do consumidor no processo de design. Elas preferem ter um design da sua escolha que represente a marca, ditando o estilo do smartphone. Nós preferimos dar esse poder para as pessoas. Se isso fosse fácil, com todas essas funções de customização, todo mundo estaria fazendo o mesmo. Mas encontramos uma maneira de fazê-lo.

O futuro da empresa

Com a força da companhia nos Estados Unidos e sua importância crescente em mercados emergentes como os do Brasil e da Índia (com a China como novo alvo), o futuro parece bem promissor para uma companhia que poucos anos atrás passava por dificuldades. Com a venda para o Google e subsequente aquisição por parte da Lenovo, a Motorola permaneceu focada na excelência dos seus produtos e na satisfação dos consumidores, dois pilares que parecem explicar o sucesso da empresa. Se continuar nesse caminho, o céu é o limite para a fabricante do Moto X.

Na sua opinião, o que falta à Motorola para consolidar seu sucesso?