Pode o V20 salvar o ano da LG no mercado de smartphones?

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar a fevereiro deste ano, mais precisamente a MWC 2016: no maior evento mobile do planeta, a LG roubou as atenções ao apresentar o G5, o primeiro smartphone modular a chegar ao grande público. Na exibição, além do aparelho, a empresa mostrou os acessórios que poderiam ser comprados a parte: um módulo de câmera (LG Cam), um módulo Hi-Fi (LG Hi-Fi Plus), uma bateria auxiliar e uma câmera que registrava imagens em 360° (LG 360 Cam). Bem legal, não?

Então...esse é o problema. Na vida real, essa praticidade toda do G5 não se mostrou tão efetiva assim. Primeiro, porque toda vez que você precisa inserir um módulo, é preciso desligar o smartphone. Mas isso seria até uma questão menor se os módulos oferecidos fossem mais úteis em nosso dia-a-dia e, tão importante quanto, mais baratos. 

Isso porque, com exceção da LG Cam e da bateria auxiliar, os demais módulos para o G5 são destinados a uma faixa muito específica do público, tanto por interesse, quanto por grana mesmo. O LG Hi-Plus, por exemplo, tem o preço sugerido de R$ 1,3 mil; já o LG 360 Cam sai por R$ 1,8 mil. Ou seja, apenas aficionados endinheirados por áudio, fotos e vídeos poderiam pagar por esse tipo de acessório. 

Some-se isso ao fato da LG aplicar uma desastrosa estratégia em alguns mercados, ao vender uma versão “light” do seu flagship modular, com uma configuração mais modesta em relação ao original. E, para completar a receita, cobrar por um preço de top de linha. No Brasil, que foi um dos “agraciados” por esse plano, o aparelho chegou custando irreais R$ 3.499. 

Para completar, em junho desse ano, a Lenovo apresentou a linha Moto Z e, com eles, os Moto Snaps. Tratam-se de módulos muito mais práticos de serem conectados e usados nos smartphones da marca e mais úteis a uma gama maior de usuários. Além disso, mais acessíveis ao grande público, até porque a fabricante chinesa já afirmou que os Snaps serão compatíveis com modelos intermediários da Lenovo / Moto em um futuro próximo. 

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Final da história: em julho deste ano, em seu primeiro relatório de vendas do G5, a LG afirmou que o modelo “falhou em gerar vendas”. Mesmo sem citar números, isso significa que as vendas do aparelho foram abaixo do esperado, o que é preocupante, considerando que os modelos top de linha são os responsáveis pelas maiores margens de lucro das fabricantes. Sem contar que a empresa é apenas a sétima no mercado global de smartphones, registrando uma participação de menos de 4% no primeiro trimestre de 2016

LG V20: mais discreto, mas com um chamariz e tanto

O V20 será o segundo top de linha do ano da LG. Mesmo com informações rareadas sobre o dispositivo, rumores dão conta de que ele teria um processador Snapdragon 820 (quad-core), uma GPU Adreno 530 e 4GB de memória RAM, além de 32 GB ou 64 GB de memória interna (expansíveis via microSD). Tudo exibido em uma tela de 5,5 polegadas, com resolução FullHD, além de um segundo display, que é a marca registrada da série. 

Além disso, a câmera principal do V20 teria 20 MP, com sensor dual, a exemplo do que é oferecido no G5, que é o melhor recurso do modelo. A câmera frontal contaria com uma resolução de 8MP e o dispositivo também contaria com uma bateria de 4.000 mAh e entrada para USB Tipo-C.

Mas, para além da configuração parruda, o LG V20 traz um chamariz bem atrativo, principalmente para os chamados early adopters: ele será o primeiro smartphone a trazer o Android Nougat 7.0 de fábrica, antes mesmo da linha Nexus (ou Pixel). 

Isso pode se tornar uma bela vantagem em relação a concorrentes como as séries Moto Z, Zenfone 3 e Galaxy S7, todos ainda “presos” no Android Marshmallow e sem previsão de atualização. Afinal, se você não é um adepto de módulos e busca um top de linha com ótima configuração e totalmente atualizado, o V20 é um modelo a ser considerado. 

O fato de trazer o Android Nougat já instalado oferece outras vantagens ao V20: permite que o aparelho ganhe outras versões do SO do Google com mais rapidez; faz com que a LG tenha mais tempo de detectar e corrigir erros; e, por fim, ter a última versão do sistema operacional permite que o usuário tenha acesso a funções inéditas como o In Apps. 

Este recurso permitirá cruzar informações entre todos os aplicativos do smartphone. Com isso, será possível procurar e achar mensagens, contatos, listas, anotações, perfis em redes sociais, músicas, vídeos, etc. Tudo isso a partir de uma única caixa de buscas.

Sim, o V20 pode ser a salvação da lavoura da LG em 2016. Basta a empresa se ater às melhores qualidades do dispositivo e espalhá-lo pelo maior número de mercados possível. E, claro, tentar não esfolar o bolso dos seus usuários. 

Aguardemos a tarde desta terça-feira. 

E você acha que o V20 pode ser a redenção da LG em 2016?