Não, você não precisa de um smartphone top de linha

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© nextpit

Chegamos a pouco mais da metade do ano e as maiores fabricantes de smartphones já apresentaram os seus tops de linha para 2016. Alguns já chegaram no Brasil, outros aportarão em breve, mas todos têm uma coisa em comum: são muito, mas muito, caros. E analisando suas especificações e pensando de modo prático na vida do usuário, cheguei à conclusão: você não precisa de um dispositivo high end para ser feliz. 

Entendam, não estou falando que o consumidor médio – aquele que tem um pouco mais de condições de comprar um aparelho melhor – deva se contentar com um modelo com 1GB de RAM, processador quad-core, memória interna de 8GB e câmera ruim de 10 megapixels - ainda que um modelo desses atenda bem a quem quer o básico do básico em um telefone e não esteja disposto a gastar muito. Mas ele precisa aprender a apreciar melhor o que pode comprar. 

Você não precisa de um acelerador de partículas no seu smartphone

A esmagadora maioria da população, no entanto, não quer ter um acelerador de partículas no smartphone ou algo que exija um poder de processamento de um supercomputador. 

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Você pagaria quase R$ 4 mil em um Moto Z? / © Lenovo

Por mais que muitos neguem a si mesmos, um aparelho que traga um processador intermediário, uma GPU decente e uns 2GB ou 3GB de RAM é mais do que suficiente para acessar suas redes sociais, falar pelo WhatsApp,  jogar alguns games casuais (alguns um pouco mais pesados) e usar alguns apps utilitários. Atividades essas que 95% do mundo se dedicam em 95% do seu tempo com o smartphone. O resto é mimimi de geek chato. 

Você não precisa ganhar um prêmio Pulitzer de melhor foto.

Câmera? Quase ninguém quer ganhar o Pulitzer de melhor foto feita em um smarpthone. Mais uma vez, a esmagadora maioria dos usuários quer registrar imagens com sua família e amigos, daquela paisagem mais bacana, da viagem de férias e um evento aqui e ali. Acontecimentos da vida. Coisas que a não exigem um telescópio Hubble no telefone. Uma câmera de 13 megapixels, com bom software e um zoom bacana atende ao que você precisa em 99,9% dos casos.  

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Câmeras duplas sem legais. Mas você não precisa vender o rim para ter um smartphone com esse recurso / © NextPit

Você não precisa de um tela de cinema iMax

O mesmo raciocínio vale para tela de um smartphone. Quantos pixels você precisa em um display para conseguir ver um filme no Netflix, jogar um game, assistir a um vídeo qualquer no YouTube? Você não precisa de uma “Super Tela Mega AMOLED QUAD HD Edição Minority Report”. Eu prometo a você que um painel Full HD, com cores bem calibradas e um bom nível de brilho, vai te deixar feliz. 

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Um display Full HD atende a 99,9% das suas necessidades/ © ANDROIDPIT

A questão da memória também é administrável

E armazenamento interno? Bom, é claro que você não deve se contentar com nenhum aparelho que traga menos de 16GB. Admito que 32GB seria o ideal. Mas, os cartões microSD atuais estão bem mais baratos e trazem quantidades generosas de GB . Então se você tiver um cartão adicional 32 ou 64GB, confie em mim: você não terá problemas de espaço por um bom tempo. E, se tiver, para isso existem os backups na nuvem. Nada que um bom gerenciamento não resolva. 

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Cartões microSD são baratos e resolvem o seu problema de espaço/ © ANDROIDPIT

Não, não tenho nada contra os tops de linha. Mas aprendi a apreciar os intermediários

Por que eu escrevi esse “textão”? Porque muitas vezes eu vejo as pessoas lamentando que “smartphone X não chega ao Brasil” ou que “o telefone Y está caro demais”. O problema, meus caros, é que as coisas são como são e, sinto lhes dizer: a situação do mercado de celulares não vai mudar por aqui tão cedo. Então temos duas alternativas: continuamos reclamando ou nos adaptamos e vamos atrás da melhor solução. 

A primeira delas é pesquisar direitinho o que temos por aqui e analisar o melhor custo-benefício. Se pergunte para quais finalidades REAIS você vai usar o smartphone. Se o seu dinheiro só dá para comprar um intermediário, então adapte a sua realidade a este tipo de aparelho. Use-o da melhor forma, sem sobrecarregá-lo com coisas que ele não poderá aguentar. Gerencie seus recursos.

Outra boa alternativa é comprar um smartphone topo de linha de anos anteriores. Eles têm boa configuração, bom desempenho e seus preços são iguais – ou um pouco mais caros – do que os intermediários atuais. 

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Importar um bom smartphone da China pode ser a solução/ © ANDROIDPIT

Você também pode importar algum smartphone do mercado chinês. Existem diversos sites que fazem esse serviço. Os modelos são bem mais baratos, as configurações são excelentes e basta uma boa pesquisa para encontrar o melhor aparelho. Faça o cálculo para ver se o preço compensa (incluindo os impostos e taxas a serem cobrados) tenha um pouco de paciência e seja feliz. Claro que há sempre o “fator alfândega”, mas esse é um risco que vale a pena correr. Nada é perfeito. 

Por fim, que fique claro: não tenho absolutamente nada contra smartphones topos de linha, pelo contrário. São eles que guiam as tendências e novos recursos que teremos no futuro. Mas eu já me conformei que não terei condições de pagar quase R$ 4 mil em um aparelho. E mesmo que tivesse, não pagaria. Telefone nenhum vale isso. Então, decidi adaptar o que posso pagar ao melhor dispositivo possível. 

Você quer ter razão ou quer ser feliz? 

E que tipo de pesquisa você faz antes de comprar um novo smartphone?

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Rui Maciel

Rui Maciel
Editor Sênior

Jornalista especializado em Tecnologia há mais de 10 anos, é fanático por Cinema e já "zerou" o Netflix. Mora em São Paulo e se apaixonou pela plataforma Android quando comprou seu primeiro smartphone com o sistema operacional - o Nexus S - em 2011. Mas sabe que cobrir o tema não teria a mesma graça se não fosse a rivalidade com a Apple.

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172 Comentários
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  • 7
    Marcelo Santos Faria 28/04/2018 Link para o comentário

    Opa,
    Verdade. Acredito que a graça está em otimizar. Se as fabricantes fazem isso em um aparelho, para que o sistema seja melhor aproveitado pelos usuários, o por que nós, não fazermos o mesmo? Opções é que não faltam, e a criatividade é o limite! ROMs customizadas,
    além do reaproveitamento da que já está no aparelho, é claro.
    Será mesmo que a vida útil de um intermediário é mais ou menos de uns três anos, comparado com um top de linha?
    Desafio aceito! Caso não ocorra nenhum imprevisto no caminho, que fuja do meu controle, quero provar, na prática, que estão errados, e que um Moto G5 Plus, brasileiro, com TV digital e MEMÓRIA (RAM) de 2 GB por exemplo, pode durar bem mais do que isso.
    Esse aparelho clássico já me conquistou/desafiou pela propaganda do site da Moto que começa assim:
    Não pare. Vá para a escola ou para o trabalho de manhã, encontre-se
    com amigos à noite e relaxe com um jogo antes de deitar.
    Falou tudo!
    Usando o aparelho a um pouco mais de um ano, com a ROM que veio de fábrica, com o Android 7.0, NOUGAT, com planos de atualização para o Android P com ou sem root, a menos que não tenha vantagem para mim. E vale lembrar que em nenhum momento ele me deixou na mão.


  • Paulo Monti 12
    Paulo Monti 28/07/2016 Link para o comentário

    Concordo plenamente. Há mais de "olha meu celular como é top e caro". Muitos se quer sabem utilizar todos os recursos do aparelho. São os "Homossexuais do Hardware" Adoram ser enrabados pelas fabricantes só para ficar na moda :)


  • Marcel FF 1
    Marcel FF 08/07/2016 Link para o comentário

    Qualquer aparelho mid-range de 3 anos pra cá ainda é muito bem "utilizável". Exemplo: Moto G de 1a geração. A câmera não é lá grandes coisas, mas quebra um galho. Seus 16gb também são gerenciáveis, apesar de não ter cartão de memória. Outra coisa, independente de crise econômica do país: não faz o menor sentido pagar 4000 reais em um smartphone, seja ele um top de linha Android ou iOS.


    • Daniele Di Giorgio 6
      Daniele Di Giorgio 29/08/2016 Link para o comentário

      Concordo contigo cara! Tenho um Moto G2013 8Gb e ainda serve. Realmente, sinto falta de uma câmera melhor. Só ano que vem vou passar para um equivalente a um G4 plus ou equivalente.


  • 2
    Leandro Alves 08/07/2016 Link para o comentário

    Estou muito feliz com meu Asus Zenfone 2.


  • 12
    Gabriela Lamira 06/07/2016 Link para o comentário

    "as maiores fabricantes de smartphones já apresentaram os seus tops de linha para 2016" kkkkkk excluíram totalmente a Apple. Achei ofensivo.
    Gostei hahaha


  • Wallace Marques 42
    Wallace Marques 06/07/2016 Link para o comentário

    Eu acho que não se trata do que é melhor ou do que é possível comprar e sim de necessidade. Muitos aficionados por potência irão discordar apresentado benchmarks para comprovar a superioridade. Porém é apenas isso, medida de força, "esse é o melhor".


  • Clodoaldo Santos 14
    Clodoaldo Santos 05/07/2016 Link para o comentário

    Creio que 90% das pessoas não precisam de um top de linha. Quem puder pagar sem se endividar e curte tecnologia e sabe aproveitar recursos do aparelho pode comprar na boa. Mas comprar um top para usar chip pré pago é sacanagem.

    Gabriela Lamira


  • Roberto Rezende 15
    Roberto Rezende 04/07/2016 Link para o comentário

    Qdo li “Super Tela Mega AMOLED QUAD HD Edição Minority Report” a matéria já me ganhou!! Rsrsrs..
    Nosso mercado é extra mente injusto e considerado de 2@ ou 3@ categoria e realmente só quem pode ou quer muuuito compra 1 flagship em lançamento no Brasil.
    Aí sem preconceito, quem quiser que compre... Eu realmente não pago esse absurdo!


  • Lucas Mota 15
    Lucas Mota 04/07/2016 Link para o comentário

    Eu poderia e até quero um celular no nível acima do meu, pra ter uma experiência melhor a cada oportunidade. Mas o Moto G2 que eu tenho, atende e bem as minhas necessidades. Mas claro, tendo cacife pra um top de linha, acho que ninguém aqui pensaria 2 vezes antes de comprar...

    Clodoaldo Santos


    • Clodoaldo Santos 14
      Clodoaldo Santos 05/07/2016 Link para o comentário

      Meu moto-g-2013-lte me atende muito bem. Não sou gamer. Não assisto filmes. Curto músicas e ouço rádio. Uso celular rotear WiFi meu notebook. Excelente. Não preciso de mais. Mas que um S7 deve ser animal pracarai


  • 9
    Edilson Gomes 04/07/2016 Link para o comentário

    Reconheço, sem dúvida, as vantagens de um topo de linha. Mas, o que intriga a muitas pessoas é a seguinte pergunta: Sem considerar os requisitos da máquina ou espaço de memória, o que um aparelho topo linha pode realizar que um intermediário não possa? Acredito que isto seja muito intrigante e desafiador.


    • 12
      Gabriela Lamira 06/07/2016 Link para o comentário

      Um top de linha pode durar mais de 1 ano sem travar, coisa que um intermediário não pode (não sem fazer root).


  • 8
    chrisqc 04/07/2016 Link para o comentário

    tenho um moto x 2014 e só pretendo trocar de aparelho quando este se desintegrar....entao pra mim estes top de linhas podem vir por ate 10 mil temer que não vai fazer diferença


  • Leonardo Alves 56
    Leonardo Alves 04/07/2016 Link para o comentário

    Depois que se faz uso pessoal de um top de linha, é quase impossível aderir a um intermediário (digo isso ainda diante das opções atuais).
    Claro, cada usuário tem de buscar o que lhe atende melhor - seja o mais fraco o suficiente; o médio o suficiente; ou o mais forte o suficiente - ninguém é igual. Mas se o que buscas é encontrado em um flagship, jamais vai conseguir passar para um nicho "inferior".

    Rosane O.


  • 33
    Luiz Henrique 04/07/2016 Link para o comentário

    Sempre optei por intermediários que apresentavam bom custo x benefício. Meu primeiro smartphone foi o Razr D3, depois passei para o Moto G 2014 (que estaria até hoje se não tivesse sido furtado) e agora tenho um Redmi 2 Pro.


  • Diego Tobias 19
    Diego Tobias 04/07/2016 Link para o comentário

    O texto realmente é interessante...

    Atualmente eu uso um Moto X 2013 que me atende muito bem, mas já está com a vida útil degradada devido a trincos na tela e bateria com problemas. Então estou considerando trocar de telefone em breve... O escolhido: Moto X 2014.

    Porque? Porque não sou usuário hardcore, uso o telefone para jogos (♥ Summoners War ♥), Spotify, redes sociais, alguns aplicativos que necessitam de root e algumas fotos; logo, a configuração de 32Gb do Moto X 2014 vai atender minhas necessidades.


  • Rosane O. 36
    Rosane O. 04/07/2016 Link para o comentário

    Aproveitando a matéria, preciso dar uns esclarecimentos do que notei sobre o S7 Edge. O meu chegou sexta e já digo:
    - devo concordar sobre a tela, está SEN SA CIO NAL. As imagens ficam de babar, porém, a parte "edge" pode atrapalhar em algumas coisas, como por exemplo: quando vc enche a mão no aparelho, às vezes a opção que vc "clica" não seleciona porque vc tá com algum dedo no lado da tela;
    - bateria: sem comentários. Espetacular essa duração. Fui pra um churras com amigos ontem, fiquei das 7 da noite à quase 7 da manhã fora de casa, tirei MUITAS fotos (na verdade me elegeram fotógrafa oficial da festa só por causa da câmera dele) e usei bastante as redes sociais, cheguei em casa com 64% de bateria; <3
    - o sistema de impressão digital é muito exato, se eu passo uma parte não cadastrada do meu dedo (mesmo que seja pequena), ele não desbloqueia. O que é bom, porque funciona, mas chato quando se está com pressa;
    - sinceramente? Ainda não vi uso PRA MIM dos apps edge, mas creio ser questão de hábito;
    - ele é um smartfone fino, muito fino, liso e a pegada é muito passível de quedas, estou acostumada com meu S4 e sua capinha flip, já fazia altas "manobras" com apenas uma mão. Com esse, infelizmente, vc deve lembrar que esta pegando numa caixinha de ovos (o que logo irá resolver pois comprei um par de películas blindadas -frente e trás-, e mesmo assim não desisti de comprar uma capinha flip -o que mataria toda a beleza dele, admito);
    - a situação acima piora dez vezes se vc for como eu, tem "mãos suadas";
    - infelizmente ainda não testei meu amado Injustice, mas testarei;
    - a tela, de novo, é perfeita. Imagem rica, detalhes lindos e o tamanho é excelente pra quem (é míope) adora ver vídeos/jogos;
    - além da pegada ruim, um dos motivos mais negativos: com a mão esquerda ou direita, algum dedo meu sempre acaba indo parar em cima do alto falante, o que eu preciso lembrar sempre que é embaixo, não mais atrás (o som é ótimo, devo dizer);
    - a câmera foi um caso de admiraçãoXdecepção, explico: a imagem é mesmo espetacular (tanto que todo mundo ficou doido com as imagens que ela fez ontem), mas esperava mais nitidez das fotos com pouca luz, são ótimas, mas poderiam ser melhores;
    - falando em câmera, eis minha maior decepção: essa quantidade de coisas embelezadoras na câmera frontal! Eu só quero um modo automático, só isso!
    - não confio em cabos USB, só uso em casa, cuido bem, e mesmo assim consegui romper um cabo da Asus e o do meu S4. Estou com receio de romper esse também;
    - carregamento rápido é vida! Uma pena não vir um carregador extra pra deixar na bolsa (querendo demais, eu sei);
    - ah sim, devo dizer que o touch não me parece ser tão sensível ao toque às vezes (pode ser pelo lance que eu citei acima, com os dedos tocando na parte edge), já me peguei clicando em um item mais de 2 vezes pra selecioná-lo.

    Considerações finais: é um aparelho excelente, não é perfeito (como nenhum é), mas no geral é muito, muito bom.
    Paguei 3.400 reais (com frete) à vista, e vou ficar com ele durante um bom tempo até trocar, então eu quis que fosse O melhor aparelho (na minha opinião). E também, porque uso bastante (não, não apenas pra redes sociais) e preciso ter algo potente, que não engasgue com jogos pesados e que tenha RAM suficiente pra ter vários apps abertos sem me fazer passar raiva. Mas devo dizer que a senhora Apple está firmando um padrão absurdo nos valores dos aparelhos aqui no BR, já imagino que o próximo iPhone vai vir a 5 mil reais e que, claro, a Samsung vai atrás nesse preço.

    Espero que meu comentário aqui não seja polêmico por causa da matéria. :)

    Gabriela LamiraRafael OliveiraGuilhermeLucas RodriguesCassiano Gthiago araujo S.M S


    • Ricardo Barbosa 20
      Ricardo Barbosa 04/07/2016 Link para o comentário

      Deve dar pra ler as mensagens do WhatsApp na boa... ahahaha.

      Gabriela Lamira


  • 9
    Edilson Gomes 04/07/2016 Link para o comentário

    Sempre acreditei que os usuários de aparelhos low-end e midi-end fossem os verdadeiros aquecedores de mercado, como também a grande alavanca comercial da indústria tecnológica. Sem a opção de compra desses, os modelos high-end não teriam impacto algum no mercado.

    M S

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