Os preços da Mi Store assustaram quem...não precisa de uma Mi Store

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© nextpit por Stella Dauer

O assunto mais falado no momento em grupos de tecnologia, seja no Telegram, Facebook, WhatsApp e outros, é o da chegada da Xiaomi ao Brasil. Mais precisamente, a abertura da loja física oficial da marca, em São Paulo, nesse último final de semana.

Mas não chegam apenas elogios, e muita gente acabou foi ficando confusa. Qual a estratégia da marca? O que significa essa loja? O que são esses preços? Como a Xiaomi espera ganhar mercado por aqui?

Estive na inauguração da loja da Xiaomi no shopping Ibirapuera nesse último sábado, dia 01 de junho. Às 9 da manhã eu era uma das presentes na loja para conferir o mais importante em toda essa história: os preços dos produtos. Não apenas smartphones que teriam poucas unidades em promoção, mas também acessórios, produtos de smart home e veículos.

Achei que nada me surpreenderia, uma vez que sei dos custos brasileiros e de seus super poderes de triplicar ou até quadruplicar preços, mas algumas coisas me chocaram. Os maiores produtos estavam realmente valendo seu peso em ouro. O projetor, que é realmente caro e costuma se encontrado por até 3 mil dólares (ou 12 mil reais, sem impostos), estava batendo 20 mil reais.

Uma mala de viagem em metal, mil reais. Os veículos, um patinete e uma bicicleta elétrica, estavam por 4 mil e 9 mil reais, respectivamente. Eram preços provavelmente inalcançáveis para os Mi Fãs que esperavam aos montes do lado de fora da loja.

Alguns deles acampavam do lado de fora do shopping desde quinta feira, esperando "entrar para a história" e ter acesso aos descontos e brindes esperados. Era uma honra ser o primeiro a comprar algo. Eu, dentro da loja antes da abertura, aproveitei para comprar um Redmi Note 7, que na promoção era um dos melhores preços ali. Outros colegas da mídia compraram lâmpadas e outros itens bem antes de os acampados terem oportunidade.

Perto das 10 da manhã, o barulho do lado da fora da loja, coberta por um pano, já preocupava. Uma pessoa contratada pela Xiaomi animava os presentes na fila, puxava palmas e gritos pelo nome da marca. Achei que seria empurrada, mas a presença de bombeiros e polícia mostravam que isso não aconteceria.

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A Mi Store no Brasil / © NextPit por Stella Dauer

As primeiras pessoas começaram a entrar, munidas de adesivos colados no peito e sacolinhas laranjas. Sem se importar com preços maiores do que os importados, elas pareciam frenéticas e felizes por ver sua marca favorita chegando ao Brasil e abrindo um espaço de respeito com uma grande e completa loja. Os vendedores eram muitos e estavam animados.

Ao sair da loja, ganhei um cupom de até 100 reais para aproveitar em uma futura volta, e um Mi Fidget Cube de 25 reais como brinde. Espero que os Mi Fãs que aguardavam do lado de fora tenham tido algo melhor. No shopping, uma pequena fila se formava para a entrada, e eu imaginei que a recepção do primeiro dia seria menor do que imaginavam, de apenas umas duas centenas de pessoas.

Ao sair do shopping, encontrei uma fila na parte externa que impressionou mais do que os preços. Eram milhares de pessoas que davam a volta no quarteirão do lugar, debaixo de chuva. Um conhecido me avisou que passavam das 3 mil senhas distribuídas em pulseiras. Ele estava muito longe na fila e já passavam mais de 3 horas desde a abertura.

Preços para espantar importadores

Os preços oferecidos pela loja espantam importadores, mas apenas aqueles que já estão acostumados a entrar nos mais famosos sites chineses e comprar produtos para uso próprio, e que inclusive depois entram em grupos para alardear como sua compra fora inteligente.

Mas não deve espantar outro tipo de importador, aquele que compra mais unidades de um mesmo produto, espera a chegada dos mesmos e os revende em sites de compra como Mercado Livre, OLX e até em locais mais visíveis, como o marketplace da Amazon.

Uma rápida busca no Google mostra como é fácil encontrar os mesmos produtos da loja oficial sendo vendidos pela metade do preço, já no país, a pronta entrega. E essa é uma preocupação da Xiaomi enquanto empresa? Da DL pode até ser, mas para a chinesa, não vejo traumas.

Vendendo aqui ou lá, a Xiaomi continua a faturar, os usuários continuam felizes. Quem já compra lá fora, por um valor bem abaixo do oficial do país, já não se importa com garantia, assistência técnica ou com a demora e incerteza da chegada. E não vai comprar na loja oficial.

E não se preocupem, a Xiaomi sabe disso. Sua loja, seus produtos e a parceria com a DL chegam para conquistar quem ainda não a conhece, quem estava só esperando uma garantia oficial no país para experimentar. Quem já paga caro em um Samsung, se conhecer bem a Xiaomi, pode pagar caro também por ela. Afinal de contas, falando de qualidade, uma não perde em nada para a outra.

Por isso também, a Xiaomi não deve perseguir importadores e lojas não oficiais. Quanto mais gente com Xiaomi na mão, mais ela poderá vender em sua loja.

E você? O que achou da loja da Xiaomi?

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Stella Dauer

Stella Dauer
Editora

Editora no AndroidPIT, criadora do EuTestei. Ama pombos, cães, animais em geral e absorve tecnologia no dia a dia. Usa smartphones desde quando a Nokia reinava.

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30 Comentários
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  • 1
    Igor Arthur 26/07/2019 Link para o comentário

    Quem já teve a oportunidade de viajar para o exterior sabe que em todos os países os preços de loja São maiores que o preço de internet. Temos que lembrar que uma loja física possui muito mais custos que uma virtual, tais como funcionários, aluguel, despesas como energia e água, e, claro, confortos para o cliente. A estratégia da empresa foi atingir a parte da população que prefere pagar mais caro por um produto em território nacional com a certeza de qualidade e assistência, pois, como o próprio artigo menciona, quem importa smartphones não foi atingido de forma alguma pela abertura
    da loja física, já quem não pode ou não quer importar, terá agora a oportunidade.


  • 1
    Edmar 18/07/2019 Link para o comentário

    Quem paga muito a mais em um samsung ou motorola (em muitos casos inferior) representa os consumidores brasileiros. Xiaomi é melhor!, e devidamente inserida no mercado (legalmente falando) vai sair mais caro sim! Infelizmente.
    E sobre essa galera que vende os Xiaomi em ML e de tantas outras formas por preços tão baixos (pra mim prostituídos, pois não se vê samsung ou motorola tão baratos, nem os mais inferiores aos Xiaomi competem, saem mais caros e ainda sao mais vendidos), fico pensando se a marca não fosse tão confiável (afinal praticamente nem precisa dar garantia, já tem nome e reputação) se segurariam a bronca, seria como tantas outras marcas chinesas que não acertaram a mão em tanta qualidade. Felizmente pra esses imbecis(os vendedores) a marca passou da fase "ahh é barato porque é chinês (ou do paraguai, ou importado) né?!".
    A marca há tempos já não deveria ser nivelada por baixo.


    • 1
      Igor Arthur 26/07/2019 Link para o comentário

      A Xiaomi não é melhor ou pior, muito menos apresenta tamanha vantagem para ser apontada com tanta certeza quanto no seu comentário. Acredito que o diferencial dessa marca seja apenas o custo benefício, e que o correto não seria elevar seu preço igual ao das outras marcas, e sim baixar o preço das demais. Hoje no mercado já podemos encontrar exemplos disso. A linha Moto G da Motorola, e as linhas M e A da Samsung já estão apresentando preços muito mais competitivos e apostando no custo benefício, muito provavelmente por conta da influência e crescimento de marcas como a Xiaomi no Mercado Brasileiro.


  • Centro Celulares 2
    Centro Celulares 08/07/2019 Link para o comentário

    Galera assista o unboxing do xiaomi Redmi S2 feito por uma criança de 7 anos, ficou mto show.
    Nome do canal no YouTube Centro Celulares assistência técnica


  • Gustavo Vasconcelos 6
    Gustavo Vasconcelos 06/06/2019 Link para o comentário

    E o link do site oficial?


    • Ibrahim 16
      Ibrahim 13/06/2019 Link para o comentário

      mi.com/br/
      Já está com vendas disponíveis, porém estão mais caros do que quando anunciados no evento de lançamento. Ex: anunciaram o Redmi Note 7 por 1.666,00 e está por 1.999,00 ou em 6x...


  • Douglas Costa 2
    Douglas Costa 04/06/2019 Link para o comentário

    Realmente foi uma matéria extremamente ponderada e elucidou bastante. Parabéns Stella Dauer.

    Jorge


  • Adriano S. 13
    Adriano S. 04/06/2019 Link para o comentário

    Brasil sendo ele próprio. Obrigado DL por superfaturar os produtos.


  • Nivaldo Cavalcante 39
    Nivaldo Cavalcante 04/06/2019 Link para o comentário

    Disse tudo, a estratégia da empresa não é vender pra quem já importa e sim para os que não fazem!

    araiCAVJorgeYago Dourado


  • Luciano 8
    Luciano 04/06/2019 Link para o comentário

    Excelente matéria, e eu acredito que seja bem por aí, para os 10% que acompanham a marca faz tempo em sites de tecnologia sabe que não vale a pena comprar pelos preços da loja física, só se o nego for muito desastrado e vive deixando o aparelho cair aí quem sabe é melhor repensar e ter a tal da garantia e assistência técnica, que aliás, sugiro a ideia de realizar uma matéria sobre a mesma para verificar o atendimento, preços e qualidade do serviço, caso eu precise como muitos já disseram prefiro correr o risco de importar ou comprar por aqui nos canais já conhecidos não oficiais, mas desejo sorte e sucesso a marca e quem sabe melhorando a situação econômica e fiscal do país quem sabe os preços não reajam junto.

    arai


  • marcosrm 1
    marcosrm 04/06/2019 Link para o comentário

    Stella, se não disse ainda: te amo <3


  • Marcelo Pinheiro 9
    Marcelo Pinheiro 04/06/2019 Link para o comentário

    sábio comentario......


  • Darllan Marinho 2
    Darllan Marinho 04/06/2019 Link para o comentário

    Gostei da matéria, como sempre, a Stella muito ponderada nas análises. Eu acho que a loja é uma oportunidade daquele cliente que não gosta de esperar importação, que não gosta de comprar no ML sem garantia, sem nota fiscal.

    Como bem falou, são públicos distintos. O Mi Fã que está acostumado em comprar bem mais barato importando da China ou comprando no ML, continuará comprando e isso não é ruim para a Xiaomi, pelo contrário, populariza o produto dela. Não é atoa que ela mesmo sem presença oficial no Brasil, já tem um expressivo market share.

    Mesmo com preços abusivos dos produtos da Apple nas APR, ela continua vendendo, da mesma forma, tem um grande público que só compra importando ou no ML, ou seja, há espaço para todos.

    araiEduardo Reis


  • 32
    Vinicius Guerra 04/06/2019 Link para o comentário

    Como é lançamento da Xiaomi no Brasil ou relançamento, visto que a empresa voltou, ela precisa de fato rever essa política de preços. O consumidor mais antenado, aquele que devidamente se importa mais com o seu bolso, sabe pesquisar preço. A Xiaomi é uma boa marca, mas se mantiver essa precificação alta, irá naufragar, visto que a grande maioria, prefere as marcas tradicionais. Para nós consumidores, ela precisa fazer muito mais, se não quiser voltar para a China de novo.

    arai


    • 1
      Igor Arthur 27/07/2019 Link para o comentário

      A estratégia da marca foi trazer para o Brasil no intuito de vender para o público que não gosta ou não conhece meios para importar, quem já o faz, com certeza continuará a comprar no exterior. De toda forma, a empresa sai ganhando, porém, desta vez de dois públicos diferentes.


  • Rodolfo Cristiano 28
    Rodolfo Cristiano 04/06/2019 Link para o comentário

    Stella, bem legal essa perspectiva que vc bem pontuou. Não tinha pensado por esse lado. Obrigado

    João


  • Julio Andre 5
    Julio Andre 04/06/2019 Link para o comentário

    A empresa é reconhecida mundialmente pelo seu custo benefício, mas aqui no Brasil pousa com esses preços absurdos. Infelizmente consumidor brasileiro tem o carimbo de trouxa estampado na testa. E não adianta vir com a desculpa de carga tributária, pois se comparar com o preço da concorrência lá fora vão ver que a Xiaomi/DL quis mesmo foi pesar a mão no lucro. Uma pena.


  • alexandre barbosa 12
    alexandre barbosa 04/06/2019 Link para o comentário

    Quem nunca viu um Xiaomi na vida, agora poderá ver e testar.
    Se em cada capital do país tiver uma Mi Store, ela vai ficar ainda mais popular.
    Mas os valores realmente são para poucos por aqui.
    Vamos ver o que vai dar, afinal de contas a Xiaomi deu seu pulo do gato.


  • Soterio Salles 57
    Soterio Salles 04/06/2019 Link para o comentário

    Embora com os preços salgados ainda desejo sucesso pra Xiaomi aqui, assim como desejei pra Huawei e desejo pra toda a concorrência... Espero que outras chinesas venham pra cá também.
    Só vamos ver preços menores quando tivermos mais concorrentes no mercado nacional... E uma reforma tributária kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    araiEduardo ReisEduardo Urbaneja


  • 16
    Conta desativada 04/06/2019 Link para o comentário

    E o inicio. Com o tempo, os aparelhos bons e baratos vao aparecer.

    arai

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